Assim como uma identidade visual inovadora pode servir de diferencial para uma empresa, a identidade olfativa começa a ganhar espaço definitivo no processo de construção de marca. Especialistas em tendências de branding identificaram, no ano passado, que o segmento de identidade olfativa cresceria rapidamente, atingindo todo o mundo, e a previsão se realizou.
O olfato é um dos sentidos que, quando estimulado, resulta numa experiência altamente emocional. Como parte do user experience, ou seja, a forma como o usuário/consumidor vivencia a marca e a relação emocional que se constrói a partir dessas experiências, uma identidade olfativa bem construída pode render relacionamentos duradouros com consumidores, e atrair consumidores em potencial porque, por exemplo, aquela loja de chocolates tem o mesmo cheirinho da cozinha da sua avó…
A criação de identidades olfativas é comum a algum tempo se considerarmos os perfumes criados para marcas famosas como Carolina Herrera, Dolce &Gabanna e Channel (não, essas marcas glamorosas não criam suas próprias fragrâncias… isso fica a cargo de empresas como a Firmenich). A novidade que se espalhou pelo branding mundial é a inclusão de perfumes tão distintos quanto esses de “grife” nos sistemas de air care de diversos tipos de pontos de venda, desde lojas de tênis até de roupa de cama. Que Glade que nada, o diferencial da marca moderna é ter seu próprio cheiro. A interação visual-olfativa nos pontos de venda resulta em uma experiência sinestésica, emocional e marcante para o consumidor.
Essa tendência já é bem notável no Brasil. A difusão de sistemas de air care, tanto em ambientes residenciais quanto comerciais, promoveu uma evolução no mercado de cheiros e hoje já é comum passear em um shopping center e se deliciar com alguns aromas distintos. A loja de tênis Vírus, que revende a marca Converse All Star, criou uma atmosfera tranquila e energizada com um aroma de baunilha e ar-condicionado refrescante, o qual se repete em todas as suas lojas. Esse é apenas uma de uma série de marcas brasileiras que aderiram à identidade olfativa. Para conhecer outros exemplos basta andar por centros comerciais de olhos e narizes bem abertos.
Mas será que, assim como a carga de informação visual é, muitas vezes, demais para nossos olhos absorverem e nossos cérebros processarem, os cheirinhos de muitas marcas não vão dar um nó no nosso nariz?
É esperar para ver, digo, cheirar.
Fonte: http://linhasesuperficies.wordpress.com
Chris Pearson
Março 18, 2008
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