Você já imaginou um combustível perfumado?
Pois é, mas não é invenção, o diesel de cana de açúcar já vem sendo testado em algumas empresas de ônibus com mistura de 30%, é o mais recente componente do T-Rex. O combustível é obtido pela fermentação de microorganismos modificados, que convertem o açúcar em combustíveis e outros produtos químicos – como o isopreno (usado em pneus), o pineno (usado em combustível de aviação) e até uma droga que está sendo testada contra a malária. A tecnologia é da norte-americana Amyris, que está trabalhando em uma joint venture com a francesa Total em um investimento de US$ 82 milhões – a meta, após este período de pesquisa e desenvolvimento, é de procurar viabilizar comercialmente o produto.
Tecnicamente, não faltam qualidades. O diesel da cana lembra bastante o etanol: como dá pra ver no gráfico acima, ele tem queima mais veloz, o que permitiria a exploração de rotações mais altas (o etanol tem resistência à detonação maior que a gasolina, e por isso comporta taxas de compressão mais altas). Por outro lado, seu potencial calorífico é menor do que o diesel de petróleo. De acordo com o pessoal da equipe de Klever, em termos de lubrificação ele supre as necessidades tão bem quanto o diesel comum – tanto que o motor que eles estão usando não recebeu nenhuma adaptação para a competição. E tem o detalhe do perfume, da falta de fumaça – e da emissão zero de enxofre. Nós ficamos na torcida para que essa empreitada toda dê certo, o que é um enorme desafio em termos de volume, logística e investidores – e para que o governo crie vergonha na cara e permita a existência de automóveis movidos a diesel no Brasil. Poluição não é mais desculpa.
Fonte: Jalopnik
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