segunda-feira, 24 de maio de 2010

Essência e Evanescência

Essência e Evanescência
Por Carlos Vogt

Quando, os olhos cerrados, numa noite de outono,
respiro fundo o cheiro ardente dos teus seios cheirosos,
descortino ao longe litorais radiosos
que seduzem o brilho de um sol monótono.

Uma ilha preguiçosa onde a natureza em sono
de estranhas árvores e frutos saborosos
abriga homens fortes, esguios, vigorosos,
e mulheres de olhar sincero, desafiante e franco.

Guiado por teu perfume que ao perseguir alastro,
vejo um porto pleno de ondulações de mastros
ainda exaustos da confrontação marinha,

enquanto o aroma dos verdes tamarineiros,
que no ar circula, invade a vida minha,
mistura-se na alma com a voz dos marinheiros.

Charles Baudelaire (tradução: Carlos Vogt)

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